Os desafios da sucessão familiar no agronegócio e como superá-los
O agronegócio é um dos setores mais importantes da economia brasileira, responsável por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e por mais de 40% das exportações do país. Uma das características marcantes do agronegócio é o fato de que a maioria das empresas rurais são familiares, ou seja, são administradas por membros de uma mesma família, que compartilham os valores, os objetivos e os desafios do negócio.
No entanto, a sucessão familiar no agronegócio é um tema que ainda gera muitas dúvidas, dificuldades e conflitos, tanto para os fundadores quanto para os sucessores. Segundo o IBGE, apenas 30% das empresas familiares conseguem chegar à segunda geração, e somente 5% à terceira geração. Isso significa que muitas empresas rurais acabam se perdendo ou se desvalorizando ao longo do tempo, por falta de um planejamento sucessório adequado.
Neste artigo, vamos abordar os principais desafios da sucessão familiar no agronegócio e como superá-los, com base em algumas dicas e recomendações de especialistas no assunto.
Guia do Conteúdo
O que é sucessão familiar no agronegócio?
A sucessão familiar no agronegócio é o processo de transmissão da propriedade e da gestão da empresa rural de uma geração para outra, de forma planejada, organizada e harmoniosa. O objetivo da sucessão familiar é garantir a continuidade, a sustentabilidade e o crescimento do negócio, preservando o patrimônio, a cultura e a identidade da família.
A sucessão familiar no agronegócio pode ocorrer de diferentes formas, dependendo da vontade e da necessidade de cada família. Algumas das modalidades mais comuns são:
- Sucessão por testamento: é quando o fundador da empresa rural deixa em seu testamento a indicação de quem serão os seus herdeiros e como será feita a divisão dos bens entre eles;
- Sucessão por doação: é quando o fundador da empresa rural decide doar em vida parte ou a totalidade dos seus bens para os seus sucessores, podendo reservar para si o usufruto ou a administração dos bens;
- Sucessão por venda: é quando o fundador da empresa rural decide vender os seus bens para os seus sucessores ou para terceiros, podendo receber o pagamento à vista ou parcelado, ou ainda manter uma participação societária na empresa;
- Sucessão por partilha: é quando o fundador da empresa rural falece sem deixar testamento, e os seus bens são divididos entre os seus herdeiros legais, de acordo com as regras do Código Civil.
Independentemente da modalidade escolhida, a sucessão familiar no agronegócio deve ser feita com antecedência, transparência e diálogo, envolvendo todos os membros da família e respeitando os seus interesses e expectativas.
Quais são os desafios da sucessão familiar no agronegócio?
A sucessão familiar no agronegócio é um processo complexo e delicado, que envolve aspectos jurídicos, financeiros, tributários, administrativos e emocionais. Alguns dos principais desafios que as famílias rurais enfrentam nesse processo são:
- A resistência do fundador em delegar ou transferir o poder e o controle da empresa, por medo de perder a sua autoridade, a sua relevância ou a sua segurança financeira;
- A falta de preparação ou de interesse dos sucessores em assumir o negócio, por falta de conhecimento, de experiência, de motivação ou de identificação com o setor;
- A divergência de visão ou de valores entre as gerações, que pode gerar conflitos, desentendimentos ou rupturas na família e na empresa;
- A dificuldade de conciliar os interesses pessoais e profissionais dos membros da família, que podem ter diferentes expectativas, necessidades, objetivos ou perfis;
- A falta de planejamento tributário e sucessório, que pode acarretar em custos elevados, perda de patrimônio, disputas judiciais ou problemas fiscais.
Como superar os desafios da sucessão familiar no agronegócio?
Para superar os desafios da sucessão familiar no agronegócio, é preciso adotar algumas medidas e boas práticas, que podem facilitar e otimizar o processo. Algumas delas são:
- Estabelecer uma comunicação clara, aberta e frequente entre os membros da família, buscando ouvir, entender e respeitar as opiniões, as sugestões e as críticas de cada um;
- Definir os critérios, as regras e as responsabilidades para a sucessão, de forma objetiva, transparente e documentada, evitando ambiguidades, dúvidas ou conflitos;
- Identificar e capacitar os sucessores, oferecendo-lhes treinamento, orientação, acompanhamento e feedback, bem como oportunidades de participação, de aprendizado e de crescimento na empresa;
- Promover a integração e a harmonia entre as gerações, valorizando a experiência e o conhecimento dos fundadores, mas também reconhecendo e incentivando a inovação e a atualização dos sucessores;
- Buscar o apoio de profissionais especializados, como advogados, contadores, consultores, mediadores, etc, que possam auxiliar na elaboração e na execução do plano de sucessão, bem como na solução de eventuais problemas ou impasses.
Conclusão
A sucessão familiar no agronegócio é um tema de grande relevância para o setor, pois envolve a preservação e a transmissão de um patrimônio que representa não apenas um negócio, mas também uma história, uma tradição e uma paixão. Por isso, é fundamental que as famílias rurais se preparem e se planejem para esse momento, buscando superar os desafios e garantir a continuidade, a sustentabilidade e o crescimento da empresa.
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